O sol mal havia nascido quando o silêncio da casa foi cortado por passos firmes. Natalie entrou na sala com Amaya nos braços. Os olhos vermelhos, a expressão travada — havia algo de inabalável em seu rosto. Algo que Alejandro nunca tinha visto antes.
Ele estava sentado no sofá, com a arma ainda ao lado, as costas curvadas pelo peso da noite. Levantou-se ao vê-la.
— Natalie...
— Eu vou embora.
Ele congelou.
— O quê?
— Eu disse que vou embora, Alejandro. — Sua voz era baixa, firme. — Pra Nova Iorque. Ou pra qualquer lugar onde eu e Amaya possamos dormir sem tiros atravessando as paredes. Onde minha filha não precise chorar no colo por causa do barulho de balas voando sobre a cabeça dela.
Amaya choramingou suavemente, e Natalie a embalou, com um carinho que contrastava com a tempestade que havia dentro dela.
— Ontem à noite... — ela continuou, com a voz falhando por um segundo. — Ontem à noite a gente podia ter morrido. Você, eu, a Malu, a Isa. A Amaya. Nossa filha.
Ela olhou diretamente