Embora o calor por dentro do corpo de Florence a queimasse, suas costas se retesaram instintivamente. Ela ergueu o olhar e encontrou diretamente os olhos dele. Na penumbra, parecia que ela encarava um abismo profundo, impossível de alcançar o fundo.
Lucian apoiava o rosto na mão com uma expressão de interesse. Seus olhos a observavam atentamente, enquanto um sorriso quase imperceptível dançava no canto de seus lábios.
Florence sentiu um nó na garganta ao lembrar-se de episódios passados, memórias que a faziam sentir-se humilhada. Ela desviou o rosto, sem conseguir sustentar o olhar dele.
Ela mordeu o lábio inferior com força, tanto que o gosto metálico do sangue começou a se espalhar. Mesmo assim, a dor não era suficiente para afastar a sensação de tormento que fervia dentro dela. Florence continuou pressionando os dentes contra os lábios, tentando resistir.
De repente, uma dor aguda em seu maxilar a fez soltar o lábio. Seus lábios entreabriram-se involuntariamente, e o sangue escorreu