POV Rafaella Ferraro
Eu saí do escritório dele em silêncio. O tipo de silêncio que grita. Que rasga. Que destrói por dentro.
As palavras dele ecoavam na minha cabeça como lâminas afiadas:
"Foi fácil iludir você."
"Garota sem pais, cheia de cicatrizes emocionais."
"Eu vou me casar com Antonella Ricci. Ela é minha escolha. Meu amor."
Cada frase era uma sentença de morte para o que eu sentia. Para tudo o que construímos. Eu queria gritar. Quebrar alguma coisa. Mas continuei andando. Reta. Firme. Por fora.
Por dentro… eu sangrava.
Entrei em meu quarto e fechei a porta devagar. Encostei as costas nela e deslizei até o chão. O ar parecia pesado, como se o mundo inteiro estivesse esmagando meu peito. Eu sabia que ele me amava. Eu sentia. Ou achava que sentia.
Como alguém que jurava amor podia me tratar assim?
A resposta era cruel: talvez ele nunca tenha me amado. Talvez tenha me dito tudo aquilo porque era conveniente. Talvez eu tenha sido só uma distração… como ele mesmo disse.
A ideia me f