O templo estava morto.
Ou talvez fosse eu que estivesse mais viva do que nunca.
O clarão roxo que me tomou ainda pulsava em ondas suaves sobre minha pele.
Mas agora, de pé entre os destroços, eu sentia algo além do meu próprio poder.
Algo mais profundo.
Algo que nunca esteve tão próximo.
O vínculo.
Não mais quebrado, não mais sangrando, não mais fragmentado.
Vivo.
O coração de Danilo era uma luz quente dentro de mim, como se batesse ao lado do meu, mesmo a alguns metros de distância.
Eu o sentia.
Sentia a dor, o medo, a esperança.
E, pela primeira vez desde a rejeição, senti também algo que ele tentou esconder durante meses.
Amor.
E eu ainda estava na forma de lobo.
Meu corpo branco e lilás tremulava com fragmentos de energia lunar, como se fosse feito de luz condensada.
Mas quando virei a cabeça para olhar para ele, percebi que Danilo tentava se levantar, apoiando o punho no chão.
Sangue escorria pelo braço dele.
Os lábios estavam partidos.
As roupas em trapos.
Mas os olho