As primeiras horas da manhã chegaram envoltas por uma névoa espessa.
A floresta parecia suspensa no tempo, quieta demais, antiga demais, como se cada folha guardasse um segredo que não devia ser dito.
Eu caminhava sem direção, guiada por algo que não era razão.
A loba dentro de mim sussurrava, e mesmo sem entender suas palavras, eu obedecia.
Os galhos formavam arcos sobre o caminho, criando uma espécie de túnel natural que me conduziu até uma clareira escondida.
Ali, no centro, havia ruínas cobertas de musgo.
Pedras partidas, colunas caídas, símbolos entalhados em línguas que eu nunca havia visto.
Mas o ar vibrava, como se aquele lugar respirasse junto comigo.
Me ajoelhei diante de uma das colunas e toquei as inscrições.
As pontas dos dedos formigaram.
A pele começou a brilhar em prata fraca, o mesmo brilho que vinha sempre que a lua me chamava.
A loba sussurrou, mais clara agora.
O que foi esquecido, sempre encontra quem deve lembrar.
— O que é esse lugar? — perguntei, mas a resposta