A cidade ardia. O cheiro de fumaça e sangue queimado se misturava ao vento, e o som dos tiros se perdia entre gritos e sirenes. O caos era tanto que eu mal sabia onde começava a rua e onde terminava o inferno.

Corri.

O coração batia rápido demais, a garganta queimava. A cada passo, o medo crescia junto com algo que eu não queria sentir. O vínculo pulsava, vibrando dentro do peito como uma força viva, arrastando-me de volta pra ele.

Danilo estava perto.

E estava ferido.

Virei a esquina e o vi.

O corpo dele se movia entre os caçadores como uma fera. Forte, rápido, incansável. Mas havia sangue demais. A camisa rasgada, o corte aberto no ombro, o som da respiração pesada. Ele lutava como quem não teme a morte, e isso me apavorava mais do que qualquer inimigo.

Um dos homens ergueu a arma. O clarão do tiro iluminou tudo por um instante. Eu gritei o nome dele, mas já era tarde.

O disparo o atingiu no abdômen, o corpo dele cambaleou para trás.

O tempo pareceu parar.

Corri até ele. O chão esta