As garras do supremo desceram.
Lyra viu.
Viu o arco do golpe, viu o brilho metálico da própria morte refletida nas lâminas negras, viu o mundo se estreitar em um único ponto: o peito dela, a garganta, o lugar exato onde River a tinha beijado uma vez, rindo, dizendo que nada nunca a machucaria enquanto ele estivesse ali. Viu o sorriso de Atlas lá atrás, viu a neve suja de vermelho, viu Lua em algum lugar do campo, tentando chegar perto, e então fez a única coisa que podia fazer.
Fechou os olhos.
Ela não rezou.
Não pediu perdão.
Não implorou à deusa.
Só pensou nele. No homem, não no monstro, pensou no River que a salvou naquela noite, que deu a ela sua vingança contra Kael, no River que a chamou de Luna pela primeira vez, no River que sempre fez de tud por ela, que nunca mediu esforços para fazê-la feliz.
“Eu te amo. Protege nossa filha”, foi sua última decisão consciente. Depois, só esperou.
Mas a morte não veio.
O que veio foi um som.
Um som de esforço cortando o ossos.
Um uivo pr