O céu estava limpo naquela manhã, mas ninguém parecia notar. A alcateia inteira estava inquieta, em silêncio, como se uma nuvem invisível pairasse sobre os telhados e os corações. As árvores estavam caladas, o vento evitava dançar entre os galhos, e até os animais da floresta se mantinham afastados. Era como se a natureza soubesse que o que aconteceria naquele dia mudaria tudo.
Os lobos andavam de um lado para o outro, preparando o local da cerimônia com flores secas e tecidos bordados. A clareira central, onde as cerimônias sagradas costumavam acontecer, estava decorada com galhos trançados, tochas acesas e pedras brancas, haviam também luzes delicadas rodeando toda a clareira e caixas de som tocando uma música ambiente. Mas, apesar da beleza do ambiente, o ar estava pesado, denso, carregado de algo que ninguém sabia explicar, ou talvez soubessem, mas fingissem não sentir.
As ômegas não tinham permissão para assistir à cerimônia de perto, estavam relegadas ao fundo, onde podiam apena