Lyra o observou com atenção, não havia deboche ou incredulidade em sua expressão, apenas uma estranha empatia. Era como se uma parte dela compreendesse o que era perder tanto tempo, mesmo que de formas diferentes.
— Deve ser estranho — disse baixinho. — Ver tudo mudado, tudo diferente.
— É mais do que estranho. É como se o mundo tivesse seguido em frente sem mim… e eu tivesse sido esquecido. Pelo que você ouviu falar sobre mim, eu de fato fui.
Lyra não soube o que responder, então apenas continuaram andando, o silêncio se instalando entre eles novamente, mas desta vez, não era incômodo. Era como um acordo tácito: eles não precisavam dizer nada.
O tempo passou devagar, como costuma acontecer na floresta, os sons da natureza os cercavam, pássaros chamando uns aos outros, o vento atravessando as folhas, o estalar de pequenos galhos sob os pés. River ia na frente, abrindo caminho com facilidade, como se soubesse exatamente para onde estavam indo. Lyra o seguia, os olhos cravados nas costas