— Você não precisa que nada seja devolvido — disse, com a voz baixa, quase como um rosnado contido. — Você construiu algo novo, construiu força, construiu coragem. E construiu isso sozinha, com seu próprio esforço, meu amor.
Lyra o olhou, as palavras dele entrando fundo, atravessando as defesas que ela mesma construiu ao redor do próprio coração. Uma lágrima escorreu pelo canto do olho, mas ela não desviou o rosto.
— Talvez você tenha razão… — sussurrou.
— Eu tenho — disse ele, quase sorrindo, mas a voz continuou séria. — E nunca mais vou deixar que alguém faça você esquecer disso.
Lyra soltou um leve suspiro, algo entre um riso fraco e um alívio contido. Então se inclinou para ele, encostando a testa na dele de novo, sentindo o calor e a presença que sempre a faziam lembrar quem ela era agora.
— Obrigada por me lembrar — repetiu ela, desta vez mais firme.
— Sempre — respondeu River, a voz grave quase como um voto.
Lyra ergueu o rosto, enxugando discretamente as lágrimas, com um sorri