Montenegro parou a poucos passos, a luz fraca da lamparina iluminando o rosto dele. Era um rosto que tinha visto batalha, mas não havia dureza ali.
— Senhorita — ele inclinou a cabeça. — Parece que é o destino que nos faz esbarrar… ou dançar agora.
Eu ri, meio nervosa.
— Não culpe o destino. Culpe eles. — Apontei para Clarissa e Thomas, que nos observavam como dois pássaros fofoqueiros.
Montenegro deu a mão.
— Só uma música.
Pensei em recusar. Pensei mesmo. Mas o tambor bateu alto, as pessoas riram, e eu mesma precisava daquela leveza.
Montenegro pisava no próprio pé às vezes, e eu tentava acompanhar o ritmo. Às vezes ele ria, às vezes eu ria. Ele se desculpava toda vez que errava, com aquele sotaque inglês correto demais para alguém que aparentemente não sabia coordenar o corpo.
A dada altura, eu ria tanto que meu estômago doía. Eu não ria há muitos anos.
Foi quando o ar mudou e o riso das pessoas caiu um pouco. O ritmo continuou, mas… algo ficou mais tenso. E eu soube, an