Meu rosto ardeu de vergonha.As lágrimas escorriam sem que eu pudesse segurar. Alistair se inclinou.

— Você é nada. E continuará sendo nada. Até que aprenda isso. Uma escrava, sem família, sem rumo.

Thomas rasgou outra página. Outra. Outra.

Cada rasgo era um golpe.

Foi quando a porta se abriu outra vez.

A conversa imediatamente parou.

Até o fogo da lareira pareceu silenciar por um momento. William entrou com passos firmes, o casaco alinhado, a postura perfeita.

Não havia pressa em nenhum dos movimentos. Ele parou pouco antes de chegar a mim. Os seus olhos azuis, sempre tão calculados, correram rapidamente pela sala:

Thomas que estava segurando o meu livro, Alistair que estava irritado, Eleanor nervosa, Beatriz sorrindo…E então eu. No chão. Ajoelhada. Com lágrimas no rosto. O rosto marcado pela tapa. Alguns fios do meu cabelo crespos escaparam do meu lenço e estavam grudados na minha boca.

O olhar dele travou no meu por dois segundos. Dois segundos que me incendiaram de ver