O dia avançou em meio a conversas sutis, beijos roubados e carícias inocentes que carregavam promessas não ditas. Luna e Leonel haviam se permitido baixar as defesas, mesmo que por poucas horas, e o clima entre eles estava leve, quase doce — uma trégua depois de tanta intensidade. Mas, como sempre, o passado teimava em espreitar.
Enquanto arrumava o quarto, Luna encontrou uma pasta esquecida no armário lateral. Ao abri-la por curiosidade, reconheceu de imediato o logotipo do grupo Calderón na primeira página. Seu coração disparou. Documentos. Assinaturas. Contratos de transações suspeitas. Um nome em especial chamou sua atenção: Otávio Mendonça, o homem que seu pai tanto temia antes de morrer.
— Leonel? — ela chamou, a voz embargada.
Ele surgiu à porta, sem camisa, secando os cabelos molhados com uma toalha. Mas ao ver a expressão dela e o que ela segurava nas mãos, sua feição se fechou imediatamente.
— Onde encontrou isso?
— Estava no armário. Leonel… você sabia que meu pai tinha neg