O som metálico da porta se fechando atrás deles soou como uma sentença. Luna estremeceu. O frio que correu por sua espinha não vinha apenas da brisa que escapava pelas frestas das janelas velhas, mas da sensação de que estavam sendo observados. Leonel girou rapidamente, o corpo em alerta, os olhos percorrendo cada canto do quarto em busca de algo fora do lugar.
Dona Isaura encostou-se à parede, o rosto pálido, os olhos arregalados.
— Como ele… como ele sabia que estávamos aqui? — Luna sussurrou, a voz embargada pelo medo.
Leonel não respondeu de imediato. Seus olhos percorriam as paredes à procura de câmeras, microfones — qualquer sinal de que estivessem sendo vigiados. Mas tudo parecia em silêncio. Até que, mais uma vez, a voz ecoou. Agora mais baixa, mais íntima, como um sussurro vindo das próprias paredes.
— Leonel… meu filho. Finalmente encontrou o que tanto buscava?
Luna arregalou os olhos. O coração disparou em seu peito como um tambor em guerra. Aquele timbre… carregado de auto