O silêncio após a declaração de César era espesso, sufocante. Luna sentia o coração bater tão forte que parecia estar em sua garganta.
Leonel, ainda ajoelhado, se ergueu com os punhos cerrados.
— Você devia estar morto.
César arqueou uma sobrancelha, seu sorriso frio se abrindo lentamente.
— E você devia ter ficado longe, meu filho. Mas sangue chama sangue, não é mesmo?
Luna recuou um passo, enojada com a calma do homem à sua frente. Era impossível associar aquele rosto marcado pela idade com o pesadelo que destruíra sua mãe. Mas os olhos…
Os olhos eram iguais aos dos pesadelos de sua infância.
— O que quer de nós? — ela perguntou, com firmeza.
— Quero propor um acordo — respondeu ele, como se estivessem negociando ações na bolsa. — Vocês dois, comigo, esta noite. Um jantar. Depois disso, escolhem: vão embora e nunca mais se metem nos meus assuntos… ou ficam e descobrem toda a verdade.
Leonel riu, sem humor.
— Você acha que pode manipular tudo como fazia antes?
César apenas virou-se.