Luna encarava o diário como se segurasse uma bomba prestes a explodir.
O couro envelhecido, o cheiro de coisa antiga e guardada por décadas… tudo ali tinha um peso que ela ainda não sabia dimensionar.
Leonel a observava com os olhos atentos. Não dizia nada. Só esperava.
Ela virou a primeira página.
A caligrafia elegante de César Bragança saltava diante dela como uma presença fantasmagórica.
"Hoje sonhei com ela novamente. A mulher dos olhos tristes e do sorriso que prometia a paz que nunca encontrei."
Luna sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha.
— Ele está falando da minha mãe… — murmurou.
Leonel assentiu devagar.
Ela continuou lendo, as páginas tremendo entre os dedos.
"Disse a mim mesmo que jamais me apaixonaria. Que o império era meu único amor. Mas quando a vi na chuva, descalça e com um livro de poesia nas mãos, soube que estava perdido. O nome dela era... Vitória."
Luna paralisou.
— Vitória? — sussurrou.
Leonel franziu o cenho.
— Luna... esse nome não te diz nada?
Ela negou c