O segundo tiro estilhaçou outra janela, fazendo cacos voarem pelo chão empoeirado. O som ecoava entre os corredores vazios como trovões engaiolados.
Luna sentia o coração acelerar a ponto de doer. Leonel a segurava com força, protegendo cada centímetro de seu corpo.
— Precisamos sair daqui — ele murmurou, a adrenalina tomando conta.
Rodrigo puxou Alícia para trás de uma estante caída, os dois abaixados, trocando olhares rápidos.
— Isso não é obra da polícia. — disse Rodrigo, olhando para o buraco na janela. — Estão usando armamento de precisão. Quem quer que esteja lá fora… sabe o que está fazendo.
Leonel se levantou parcialmente, espiando por entre os cacos.
— Estão tentando matar Luna.
— E por quê? — Luna perguntou, a voz embargada de pânico. — Por causa do testamento?
Alícia olhou para o irmão. Ele assentiu com um movimento de cabeça.
— O testamento é apenas a ponta do iceberg — disse Rodrigo. — Alguém poderoso... muito mais do que nós imaginávamos, quer manter isso enterrado.
Leon