O som da chuva fina batendo nos vidros da casa dava à manhã um ar preguiçoso e acolhedor. Luna acordou lentamente, os cabelos bagunçados e uma leve dor na lombar, efeito inevitável da gravidez já avançada. Ao seu lado, Leonel ainda dormia, uma das mãos repousando sobre sua barriga, como se, mesmo dormindo, ele soubesse que ali havia um milagre a ser protegido.
Ela ficou ali por alguns minutos, observando aquele homem que um dia fora seu pior inimigo… e agora era seu lar. Os traços dele estavam mais suaves, mais tranquilos. A dureza nos olhos tinha dado lugar a uma ternura reservada, mas constante. Um homem que aprendeu a amar, e que se entregava a isso com a mesma intensidade com que antes fugia.
— Está me encarando há quanto tempo? — ele perguntou com a voz rouca, ainda entre o sono e o despertar.
— O suficiente pra lembrar que sou uma mulher de sorte — ela respondeu com um sorriso.
Leonel se aproximou e beijou seus lábios, com carinho e desejo mesclados.
— Sorte? Eu é que ganhei a l