Enquanto ele se afastava, Catarina caminhava ao lado de Carlos, que havia notado seu nervosismo.
— Você tem alguma ligação com a família Mayer? — perguntou com curiosidade discreta.
— Não sou apenas uma empregada. Sou prima de Patrícia. Minha mãe se chamava Clara Mayer, e meu pai, Ernesto Alves. Ela morreu quando eu nasci, e ele faleceu quando eu tinha oito anos. Fui morar com minha tia Eleonor... mas ela me trata como enjeitada. Elisa me ignora sempre que pode. Patrícia era assim também, mas mudou muito nos últimos tempos. Disse que amadureceu e que agora vai me ajudar. — contou, com voz baixa, mas sem amargura.
Carlos franziu o cenho, sensibilizado.
— Que história... Já pensou em sair daquela casa?
Catarina parou por um instante, surpresa com a pergunta. Nunca havia realmente considerado essa possibilidade.
— Sair?
— Você tem presença, é educada. Poderia trabalhar em uma boa casa... ou até num estabelecimento. Com sua aparência e jeito, conseguiria algo melhor. — sugeriu ele,