O sol já filtrava pelas frestas da cortina quando Alina abriu os olhos. A cabeça ainda estava pesada, os pensamentos confusos, mas o calor do corpo de Joaquim ao lado dela já não estava mais ali. Quando se virou, encontrou apenas o lençol bagunçado e o vazio. O coração dela afundou. A lembrança da noite anterior veio de forma quase dolorosa, um misto de desejo, medo e incerteza. Sentou-se devagar, o lençol subindo até cobrir o peito nu, e olhou ao redor, procurando por ele.
Mas o quarto estava vazio.
— Ele foi embora... — murmurou para si mesma, a voz embargada.
A chateação foi inevitável. Parte dela esperava que, mesmo após tudo, ele estivesse ali, que tivessem a chance de conversar, de esclarecer o que havia acontecido. Mas ele se fora deixando-a sozinha com a lembrança da noite e com um turbilhão de sentimentos confusos. Um leve tremor percorreu seu corpo quando ela puxou o lençol mais apertado, como se quisesse se proteger do vazio que Joaquim deixara ao partir.
A manhã avançav