Antes que Joaquim pudesse responder, Alina apressou-se a completar, a voz trêmula, mas tentando soar firme:
— E também... final de semana é minha folga.
O silêncio na cozinha tornou-se quase insuportável. Joaquim bateu levemente a xícara sobre o pires, ergueu-se, passou a mão pelos cabelos curtos e, antes de sair, beijou rapidamente Isabela na testa.
— Não me importa, desde que você não se esqueça das suas obrigações — disse, com um tom mais cortante do que o necessário.
Virou-se e saiu da cozinha quase batendo os calcanhares no chão, tentando esconder o próprio desconforto e a crescente raiva. Pronto, só essa me faltava, pensou, irritado. Ela aceitando sair com o primeiro idiota que aparece…
Mas no fundo, ele sabia que sua raiva não era contra Alina ou o sobrinho de Alice. Era contra si mesmo, por ter dado espaço para que ela ocupasse um lugar dentro dele que ele jurava nunca mais abrir. Por ter sido fraco o suficiente para se render ao desejo, para se perder naquele beijo, naquela n