O motor ronca baixo sob meus pés enquanto cruzo as avenidas ainda úmidas da madrugada. As luzes alaranjadas dos postes passam pelos vidros como rastros de pensamento. E eu estou cheio deles.
Stace não era uma prostituta.
Não fazia parte daquele círculo sujo que unia Amber, Alicia e Kate. Ela era... uma cuidadora. Uma mulher que dedicava a vida a crianças traumatizadas, machucadas por um mundo que nunca quis protegê-las. E mesmo assim... ela foi assassinada.
Pelo Da Vinci.
Da Vinci, o mesmo assassino que parecia seguir um código, uma lógica. Ou era isso que a gente pensava até agora.
A imagem do corpo dela sem o dedo anelar me atormenta. Aquilo não foi apenas brutalidade. Foi simbólico.
Um recado.
Se antes as mortes estavam centradas em um passado de prostituição, agora algo mudou. Stace era ligada a Kate, sim, mas por outro período, outro lar adotivo. Isso significa que o assassino não está apenas limpando as pontas soltas do presente… Ele está cavando fundo no passado da Kate.