A terça-feira amanheceu nublada, embora o clima abafado anuncie um dia longo e quente.
Estico o braço e encontro Eva dormindo ao meu lado. Seu rosto sereno contrasta com a imagem dela chorando, ecoando na minha mente como uma ferida aberta. Os acontecimentos de ontem martelam dentro de mim, reacendendo a mesma raiva e indignação.
Deslizo da cama com cuidado para não acordá-la e pego o celular na mesinha de cabeceira. Assim que chego à cozinha, disco o número do capitão. Ele atende na terceira chamada.
— Bom dia, tenente. — O barulho da delegacia invade a linha. — O que aconteceu para você me ligar tão cedo?
Olho para o relógio pendurado na parede. Os ponteiros marcam seis e quarenta e cinco.
— Eu que pergunto. Parece que o senhor caiu da cama.
Ele ri, mas o som é curto, seco.
— Eu gostaria de não precisar vir tão cedo. Aliás, preciso de você aqui. — Abafa o microfone para cumprimentar alguém. — O xerife Colson enviou a pasta. Vamos começar a investigar assim que o FBI chegar.
Engulo a