Kobayashi me encara em silêncio.
Seus olhos me analisam com a mesma calma metódica de sempre, como se cada micro expressão minha pudesse entregar algo que ele ainda não descobriu. Já aprendi o suficiente sobre ele para saber que seu silêncio é o terreno onde ele pensa melhor. E, embora aprecie essa mente desafiadora, agora não é o momento em que quero estar sob o microscópio dele.
— Por que trazer esse assunto agora? — questiona, com a voz controlada, mas o olhar inquisidor. — Você tem algo a compartilhar?
Mantenho o corpo imóvel. Sei como cada músculo reage sob pressão, e sei também como disfarçar. Mesmo com o coração acelerado, controlo a respiração até que o ritmo se torne quase imperceptível. Não posso revelar nada — ainda não.
— Não tenho — respondo com naturalidade. — Mas acredito que não seja segredo minha relutância com certas informações. Estou seguindo as provas, sim, mas meu instinto insiste que ainda há mais por trás disso.
O ar na sala fica pesado, quase palpável. As feiç