A chuva caía suave sobre Raventon, transformando a floresta em uma sinfonia líquida. As folhas sussurravam segredos antigos, os galhos pingavam em compassos lentos, e dentro da cabana o tempo parecia ter parado. O fogo crepitava na lareira, lançando sombras dançantes pelas paredes de madeira envelhecida.
Brianna estava sentada junto à janela, envolta em um manto de lã escura. Seus olhos seguiam distraídos as gotas que escorriam pelo vidro, mas sua mente estava distante. Os pensamentos vagueavam por tudo que haviam enfrentado — perdas, alianças improváveis, escolhas difíceis — e pelo que ainda estava por vir. O medo não era mais paralisante. Tornara-se parte do cenário, como a neblina que dançava entre as árvores, silenciosa e inevitável.
Klaus estava encostado na estante, um livro antigo em mãos, embora não lesse de fato. Seus olhos estavam nela, sempre nela. Peter, deitado no tapete diante da lareira, brincava com uma adaga prateada, girando-a entre os dedos com precisão silenciosa,