Capítulo 68 – A Herdeira do Véu.
O som das botas contra as pedras molhadas ecoava como tambores esquecidos, ressoando pelas galerias subterrâneas que se estendiam sob as ruínas do Oráculo Negro. A escadaria parecia não ter fim, serpenteando para as profundezas onde nem mesmo a magia ousava permanecer por muito tempo. As tochas conjuradas por Thanar lançavam sombras vacilantes nas paredes cobertas de inscrições antigas, runas que pareciam se mover sob a luz bruxuleante.
Brianna sentia cada passo como um chamado. A pulsação mágica naquele lugar não vinha apenas do Oráculo — vinha dela também. Algo dentro de si reagia àquele espaço como um coração reencontrando o próprio ritmo. Era como se ela pertencesse àquele lugar, mesmo sem nunca tê-lo visto antes.
— O ar está denso — murmurou Klaus, a voz abafada pelo peso da escuridão. — Como se estivéssemos respirando lembranças.
Peter caminhava logo atrás, os sentidos atentos. Seus olhos de lobo estavam mais dourados do que o habitual, como se a energia antiga da caverna desper