O som dos passos contra o cristal ressoava como se cada um rachasse o tempo. A escadaria se estreitava conforme desciam, envolta em uma névoa prateada que parecia viva, tocando os tornozelos com dedos frios. A luz das tochas mágicas tremeluzia, refletida nas paredes translúcidas que contavam histórias antigas — imagens que se formavam e desfaziam, mostrando visões de batalhas, coroações, sacrifícios.
— É como se estivéssemos caminhando por dentro de uma lembrança — murmurou Brianna, os olhos presos nas figuras que se moviam nas paredes.
Klaus mantinha-se próximo, atento a qualquer oscilação na aura dela. A luz em seus olhos ainda era prateada, como se parte da Bruxa Prateada houvesse permanecido desperta desde o contato com o véu.
— Estamos — respondeu Thanar. — Este lugar foi selado com sangue e memória. Não é apenas um santuário... é um coração sepultado, pulsando o tempo inteiro à espera de ser ouvido.
Peter, mais calado do que o normal, seguia em silêncio, os músculos tensionados.