O céu amanhecia cinza, o cheiro de chuva no ar. Santiago sabia que não podia mais arriscar. O cerco apertava, e se demorassem mais um pouco, os homens de Bruno poderiam encontrar uma brecha.
— Arrumem tudo. Agora. — ordenou aos capatazes. — Vamos sumir daqui.
Rafaella, com Matheus nos braços, tremia. Rebeca a segurava pelos ombros, tentando ser forte, mesmo que o medo rasgasse o peito.
Santiago se aproximou, sério, determinado.
— Vocês confiam em mim?
— Confiamos... — respondeu Rebeca, olhando rápido para a irmã. Rafaella apenas assentiu, segurando Matheus com força.
Ele então puxou um pano, abriu um velho baú escondido sob uma manta no porão e tirou de lá três mochilas, cheias de documentos, dinheiro em espécie, celulares descartáveis e até passaportes falsos.
— A partir de agora, vocês são outras pessoas. E ninguém vai encontrar vocês.
Duas caminhonetes saíram da fazenda pouco antes do amanhecer. Uma, vazia, seguia em direção contrária, como isca. A outra, onde estavam Santiago, Raf