Do outro lado daquelas portas fechadas, a vida de Rafaella e do bebê pendiam por um fio.
Os médicos lutavam. Monitores apitavam. A hemorragia era intensa.
— Vamos, precisamos estabilizar! Ela está entrando em choque! Prepara mais bolsa de sangue, AGORA! — gritava o obstetra, com luvas encharcadas de vermelho.
E enquanto isso, lá fora, Bruno, sozinho, com as mãos no rosto, com os joelhos tremendo, experimentava pela primeira vez na vida o gosto amargo do desespero de perder quem ele jurava nunca amar... mas que era, sim, o amor da vida dele.
O sol começava a rasgar o horizonte quando o médico saiu da sala de cirurgia. O rosto estava cansado, suado, e com marcas visíveis de quem tinha acabado de travar uma batalha pela vida.
— Ela sobreviveu... — disse com seriedade, encarando Bruno, que estava de pé, imóvel, com os olhos fixos. — Mas está muito fraca. Perdeu muito sangue. Está anêmica, o bebê está com baixo peso e precisará de acompanhamento. Nada de estresse, nada de esforço. Ela prec