O carro parou bruscamente. As portas se abriram. Isadora, com a cabeça coberta por um saco preto e os braços presos para trás, era arrastada para fora. O salto quebrado, a maquiagem borrada de choro. Ela tremia, sem entender o que estava por vir.
Seus pés afundavam na terra batida, o cheiro de mofo e óleo invadia suas narinas. O som de portas de ferro rangendo ecoava pelo galpão isolado, no meio do nada.
Os capangas a empurraram para dentro. O saco foi arrancado de sua cabeça. Seus olhos, sensíveis à luz, piscavam rapidamente até se ajustarem.
Na sua frente, sentado em uma poltrona de couro envelhecido, com um copo de whisky na mão e o olhar frio como gelo, estava Dom Santiago Andrade.
Ele cruzou as pernas com toda calma e disse, em tom grave, seco e controlado:
— “Seja bem-vinda, senhorita Isadora... ao mundo real. Aquele onde o sobrenome Santos... não vale absolutamente nada.”
Isadora, desesperada, tentou se soltar.
— “Vocês são loucos! Eu sou noiva de Bruno Santos! Vocês não sabem