A tarde caía suave sobre os cafezais, tingindo o céu de dourado e azul-rosado. Santiago segurava a mão de Rafaella com firmeza e calma enquanto caminhavam lado a lado por uma das trilhas da fazenda. O som dos pássaros ecoava entre as árvores e o cheiro de terra úmida misturado ao aroma sutil dos grãos de café criava um cenário acolhedor e nostálgico.
— Parece outro mundo aqui… — Rafaella murmurou, olhando em volta.
— É um mundo nosso, agora — respondeu Santiago, apertando levemente sua mão.
Ela sorriu, mas o olhar se perdeu por um instante, fixo na curva da estrada, onde o caminho se alargava e se encontrava com o horizonte. Santiago percebeu o silêncio dela e parou de andar, voltando o rosto para a mulher que tanto amava.
— Você está pensando naquele dia, não está? — ele perguntou, com a voz baixa.
Rafaella assentiu devagar, os olhos marejados.
— Eu nunca esqueci, Santiago... A única vez que estive aqui antes foi quando fugi grávida, desesperada, sozinha... E ali, naquela curva... vo