A ligação foi seca, sem rodeios. Bruno estava sentado em sua poltrona de couro no escritório da mansão dos Santos, os olhos fixos no celular, enquanto tamborilava os dedos na mesa.
— Senhor Mario Souza? — disse com a voz cortante. — Preciso saber onde está sua filha. A mais nova. A minha esposa.
Do outro lado da linha, o silêncio foi pesado. Apenas a respiração contida de um pai que, há dias, tentava entender o que acontecia entre as filhas. Até que finalmente respondeu, com firmeza:
— Se você está ligando, é porque não conseguiu controlá-la como queria, não é, Bruno?
Bruno cerrou o punho, impaciente.
— Ela sumiu. Com ajuda. E eu sei que Rebeca está envolvida nisso. Onde ela está?
Mario se levantou da cadeira da varanda, onde tomava café com Estela, que agora o olhava assustada. Ele afastou o telefone da boca por um instante e sussurrou:
— Estela... Rebeca ajudou a Rafaella. Bruno descobriu.
A esposa arregalou os olhos.
— É a cara daquelas duas... sempre cúmplices. Desde pequenas.
Bru