Cão faminto

Bruno deu um passo à frente, a respiração pesada, o olhar inflado de raiva e arrogância. A voz dele explodiu no ar, fazendo até o vento do condomínio parecer parar:

— “Você não tem o direito de me impedir! Mateus é meu filho, Rafaella! Meu sangue! E eu quero ele ao meu lado, entendeu?”

Rafaella não recuou. Nem um centímetro. O queixo erguido, os olhos fixos, frios como aço.

— “Jamais, Bruno. Você me ouviu bem? Jamais!” — ela respondeu com voz firme, sem elevar o tom, mas com uma força que cortava mais que qualquer grito. — “Você perdeu esse direito quando virou as costas pra ele... pra mim. Quando fez o que fez em Buenos Aires. Quando usou o medo como ferramenta.”

Bruno deu dois passos a mais, aproximando-se perigosamente.

— “Eu vou tirar ele de você, Rafaella. Nem que seja à força.”

Os olhos dela brilharam com fúria contida, mas o controle permanecia intacto.

Ela encarou o homem à sua frente como quem olha para o passado... e o enterra de vez.

— “Então tente, Bruno.” — disse, cada pa
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