A porta bateu com força.
O silêncio que se seguiu era tão denso que parecia gritar.
Bruno ainda permanecia de pé, com os olhos fixos na entrada por onde Rafaella havia passado apressada. A respiração dele estava pesada, o peito subia e descia num ritmo furioso, como se contivesse uma explosão por dentro.
Izadora, ainda transtornada, protestava com lágrimas falsas:
— “Você vai deixar ela te virar a cabeça desse jeito, Bruno? Eu estou aqui! Sempre estive!”
Bruno se virou devagar, os olhos sombrios, frios como nunca.
— “Fora da minha casa. Você e a minha mãe.” — disse com a voz baixa, mas mortal.
— “Como se atreve a me tratar assim?” — retrucou Joana, com o tom escandalizado. — “Eu sou sua mãe!”
— “E por ser minha mãe devia respeitar minha casa. Mas não... veio aqui, trouxe essa... essa encenação para cima da Rafaella!” — cuspiu o nome com um amargor que escondia algo mais profundo.
— “Ela destruiu sua vida!” — Joana esbravejou.
— “Ela foi a única coisa real que eu tive.”
Silêncio. Tenso