Rafaella olhava pela janela em silêncio. As luzes da cidade passavam borradas, como se o mundo lá fora fosse tão confuso quanto o que ela sentia por dentro.
Passou os dedos pela boca, ainda sentindo o gosto de um beijo que não devia ter acontecido.
— “O que eu fiz…” — murmurou para si mesma.
Aquela não era ela. Não a mulher que jurou lealdade ao homem que amava, não a delegada firme que lutava por justiça, nem a mãe protetora que faria de tudo para manter Matheus longe de qualquer caos emocional.
Mas naquela cobertura… por um instante… ela tinha sido a mulher ferida, carente, vulnerável. E Bruno havia sido hábil demais em tocar exatamente ali.
Ao chegar em casa, desceu apressada, com o coração em pedaços. Rebeca dormia com Matheus no sofá, a TV ainda ligada.
Rafaella desligou o aparelho e foi direto para o quarto. Pegou o celular. Vários registros de chamadas feitas para Santiago... nenhuma atendida.
Digitou uma mensagem:
"Amor, estou tentando falar com você. Me liga quando puder. Sin