A rotina havia se tornado o único refúgio que Narelle ainda reconhecia. Nas semanas que se seguiram àquela noite, ela mergulhou no trabalho como quem se joga num abismo profundo, certa de que só o cansaço a impediria de enlouquecer.
A mansão da alcateia, antes tão cheia de ruídos, parecia estranhamente silenciosa. Cada manhã, ela atravessava os corredores com pastas e relatórios apertados contra o peito, como se aqueles papéis pudessem blindá-la das próprias escolhas.
Não era difícil perceber que todos ao redor sentiam a mudança. As ômegas que administravam a ala administrativa comentavam em sussurros sobre o clima pesado. Alguns atribuíam ao confronto com Kael. Outros sussurravam que a fúria de Rhaek logo transbordaria em alguma nova guerra.
Mas ele… Rhaek parecia ter feito um pacto silencioso consigo mesmo.
Nos primeiros dias, ela ainda temia que ele surgisse em sua porta, exalando posse e promessas. Que a puxasse pelo braço, exigindo respostas. Em vez disso, Rhaek a evitava.
Não