O sol surgia tímido por entre as montanhas, dourando a varanda da cabana com uma luz suave. O ar ainda estava frio, carregando o cheiro da floresta molhada da noite anterior. Zarah despertou devagar, enrolada nos lençóis pesados, enquanto Kael já estava de pé, parado diante da janela, como se o horizonte guardasse uma resposta que ele ainda buscava.
Ela o observou em silêncio, lembrando-se da noite anterior — o médico, o choque, a revelação. Três corações. Três vidas crescendo dentro dela. A sensação ainda parecia impossível de aceitar.
— “Você não dormiu?” — a voz dela saiu baixa, hesitante.
Kael se virou. Havia algo diferente no olhar dele, um misto de serenidade e determinação.
— “Não muito. Fiquei pensando…”
Zarah se endireitou na cama, abraçando o travesseiro.
— “Pensando no quê? Se você realmente quer isso?”
Ele se aproximou, ajoelhando-se diante dela, segurando suas mãos com firmeza.
— “Pensando que a vida inteira eu achei que meu legado seria escrito em sangue. Agora, percebo q