Kalil não dormiu na noite em que voltou àquela casa. O cofre martelava em sua mente como um chamado. Ele já não pensava em negócios, não se concentrava em números, não respondia às mensagens da matilha. Tudo nele girava em torno daquela mulher misteriosa, das respostas que ela escondia entre véus e silêncios.
Voltou alguns dias depois, à mesma hora, com a mesma precisão de caçador. O portão enferrujado se abriu com um ranger baixo. O mármore, as cortinas de seda e o duplex oculto já não o impressionavam. Agora, o que importava era o cofre.
Com calma, abriu. O metal resistiu por alguns segundos antes de ceder. O que havia dentro não era dinheiro nem documentos, mas um pequeno camafeu antigo, de prata escurecida pelo tempo. Dentro, uma fotografia amarelada: uma menina de cabelos claros, olhos límpidos, com um sorriso de inocência.
Kalil levou o objeto até seu apartamento. Não conseguia largá-lo. Naquela madrugada, digitou os traços no programa de inteligência artificial, pedindo uma rec