Narelle demorou a levantar do chão. Mesmo quando Luxor finalmente dormiu em seus braços, exausto do próprio choro, ela não se moveu. A respiração dele esquentava sua clavícula, ritmada, mas a dor não tinha ritmo. Era cortante. Irregular.
Rhaek sentou-se ao lado dela sem dizer palavra. Apenas observou, a expressão rígida como uma máscara de pedra.
— Ele disse que queria o Kael — sussurrou Narelle, sem encará-lo. — Que eu nunca estive presente. Que nunca fiquei.
A mão dele pousou no ombro dela, mas era um gesto de guerra, não de consolo. Narelle apertou os olhos, tentando conter o enjoo que subia do estômago como uma náusea antiga.
— Ele acredita que Kael é o único que o ama. — Sua voz falhou. — E o pior é que Kael alimentou isso. Ele envenenou cada espaço vazio que eu deixei.
Rhaek cerrou o maxilar, mas não respondeu. Já havia suspeitado, é claro. Os presentes, os momentos “de pai e filho”, as ausências silenciosas de Kael sempre coincidindo com mudanças no comportamento de Luxor.
— Voc