Luxor observava os quíntuplos com olhos que não combinavam com sua pouca idade. Não era só curiosidade infantil — havia algo antigo ali, uma centelha de ressentimento que se expandia toda vez que a mãe se aproximava das incubadoras.
Naquela manhã, ele entrou na sala envidraçada sem que ninguém percebesse. Ficou parado por um instante, fitando os berços alinhados como pequenas coroas brancas. O ar tinha cheiro de leite e perfume de bebê. A ômega que segurava um dos bebês sorriu para ele, mas Luxor não retribuiu. Só apertou os punhos ao lado do corpo.
— Vai querer segurar sua irmã? — perguntou a cuidadora, gentil.
Ele sacudiu a cabeça, o queixo erguido num desafio mudo.
Quando Narelle chegou, minutos depois, encontrou-o parado junto à parede, imóvel. O tablet que ela carregava quase caiu ao perceber o olhar dele — não era tristeza. Era algo mais duro, mais perigoso.
— Luxor — chamou, baixando-se ao nível do filho. — O que está fazendo aqui sozinho?
— Vendo. — A voz dele saiu fria. — Com