A madrugada caiu como um véu negro sobre os domínios dos Vorn. Mas, dentro da fortaleza, o silêncio era só uma ilusão. Vozes sussurravam em corredores ocultos. Portas batiam. Lealdades se rearranjavam. E no coração da sede... a matilha se dividia.
Kael não esperou a manhã.
Saiu antes do sol nascer.
Não quis discurso. Nem confronto final. Só caminhou em silêncio, os passos pesados de um homem que não carregava mais o próprio nome.
Ao seu lado, Lysa. Impecável, mesmo na queda. A maquiagem perfeita, os olhos ocultando o medo atrás de uma determinação afiada. Atrás deles, cerca de vinte lobos. Metade eram ômegas que Kael havia treinado e elevado com seus próprios métodos. A outra metade... deltas e betas que lhe deviam lealdade mais do que títulos.
Eles desceram as escadarias principais sem olhar para trás. A marca dos Vorn ainda brilhava nas bandeiras. Mas para Kael, aquele brasão não passava mais de um adereço decorativo. Um teatro de honra construído sobre mentiras.
A antiga propriedad