O sol nascente pintava de laranja os vitrais trincados do antigo salão nobre. O brasão dos Vorn ainda dominava o teto, mas aos olhos de Kael aquilo era apenas um monumento ao fracasso de uma linhagem que se acreditava invencível.
No centro do salão, ele erguia uma lista. Nomes. Empresas. Contatos. Cada um marcado em vermelho. Cada um uma peça no tabuleiro que ele revirara na véspera.
Lysa se aproximou em silêncio. Trazia relatórios da madrugada. O cheiro do papel úmido misturava-se ao pó que pairava no ar.
— Já começaram a mover tropas comerciais, — disse ela, estendendo a pasta. — A alfândega bloqueou três dos nossos embarques no porto central. Dois carregamentos de aço especial foram redirecionados para outra holding.
Kael não pareceu surpreso.
— Ela é previsível. Não sabe perder território sem antes devastar cada polegada.
Lysa apoiou-se numa viga.
— Narelle não vai parar, Kael. Se insistir em atacá-la nos pontos fortes, vai perder mais do que rotas. Vai perder homens. Vai perder a