Narelle sentiu-se incomoda por perder a postura diante do que viu no quarto de Kaell, mas fingiu naturalidade nos dias que se seguiram, pois haveria um evento.
A fachada da mansão brilhava sob a luz dourada do entardecer quando os convidados começaram a chegar.
Carros pretos, lobos engravatados, fêmeas reluzentes em vestidos com cortes ousados e perfumes caros. Era uma noite de celebração. A empresa alcançara mais uma expansão — um novo contrato com a cúpula europeia. Kael havia prometido um evento discreto, elegante, para consolidar sua imagem como líder inquestionável. E para isso, precisava de Narelle.
Ela desceu as escadas com a calma ensaiada de uma atriz veterana. O vestido vinho se ajustava ao corpo como uma segunda pele. A fenda alta mostrava uma coxa que já havia levado muitos à ruína, mas os olhos dela estavam frios. Calculando. Cada degrau, uma batalha silenciosa contra o que sentia.
Kael a esperava ao pé da escada, impecável em seu terno escuro. Estendeu o braço. “Pront