RENZO ALTIERI
Esperei Marino sair do quarto. O corredor estava silencioso, pesado, como se até as paredes segurassem a respiração. Ele caminhou até a mesa de bebidas, pegou um copo e se serviu de whisky. O movimento dele era calmo, quase mecânico, mas o olhar... aquele olhar estava longe de estar tranquilo. Nunca tinha visto medo nos olhos de Marino. Medo mesmo, daquele que corrói por dentro, que paralisa a alma. Eu senti aquele medo bater forte no meu peito, porque eu o conhecia, sabia exatamente o que significava. Medo de perder o que realmente importa.
Ele tomou o primeiro gole, demorando um tempo antes de falar. A voz dele saiu baixa, carregada de uma mistura de cansaço, nostalgia e angústia.
— Eu conheci ela uns três meses atrás. — falou, evitando o meu olhar.
Eu o observei em silêncio, aguardando.
— No Giusti Garden.
Eu não consegui segurar a curiosidade.
— O que foi fazer lá? — perguntei, interrompendo.
Ele engoliu em seco, ajeitou-se na cadeira e respondeu com um tom quase em