RENZO ALTIERI
Ali, deitado sobre a grama com minha esposa de um lado e meu filho do outro, tive a nítida sensação de que o tempo podia parar. O céu estava limpo, cravejado de estrelas que cintilavam como diamantes, e o vento noturno soprava com a suavidade de um carinho. Cada segundo com eles é precioso. Eu, o Don da Dita d’Acciaio, homem conhecido por não ter alma, me senti mais humano do que nunca com o corpo da minha esposa e o pequeno corpo do meu filho colado ao meu lado.
A voz da Ginevra cortou o silêncio calmo da noite:
— Hora do jantar! — gritou Ginevra, com a mesma autoridade doce que usava comigo quando eu tinha a idade de Dante.
Abri um leve sorriso. Bianca se afastou com delicadeza, sentando-se, e Dante, animado, levantou num pulo. Fiz o mesmo — ergui meu corpo e estendi minha mão para ela. Dante observou e, com aquela curiosidade que só os filhos têm, me imitou. Estendeu sua mãozinha para a mãe com o mesmo gesto meu. Eu sorri ao vê-lo.
Bianca soltou uma risada baixa,