RENZO ALTIERI

A mesa estava cheia. A luz quente da luminária pendente refletia no vidro dos cálices, lançando sombras suaves no rosto de quem eu mais amava. Bianca estava sentada ao meu lado esquerdo, a mão pequena repousando sobre minha coxa, como se me ancorasse ali, como se soubesse o quanto, mesmo cercado de risos, eu jamais relaxava completamente. À minha direita, Dante ria alto das palhaçadas de Lorenzo. Vittorio observava tudo com aquele meio sorriso sereno. Matteo cortava a carne no prato com precisão cirúrgica. A paz... estava aqui. Tão próxima que quase dava pra tocá-la.

Mas nada dura. Paz é um luxo e luxos sempre custam caro demais.

A voz de Marvin ecoou pela sala de jantar, grave, cortante.

— Senhor, você precisa ver isso.

Meus olhos se estreitaram no mesmo instante. Um arrepio subiu pela minha espinha como o toque frio de uma lâmina. Olhei para os outros — todos haviam parado. O garfo de Dante pairava no ar, a risada congelada nos lábios de Lorenzo. Ginevra franziu o cen