RENZO ALTIERI
O helicóptero pousou no heliponto como um demônio alado retornando ao seu ninho. O som das hélices cortava o céu com agressividade, mas já não me afetava. Eu estava acostumado com guerras, sangue e silêncio forçado. Mas agora, o que me fazia tirar o fone e soltar o cinto com pressa era outra coisa. Era o que me esperava do lado de fora.
Abri a porta com um estalo seco, o vento da hélice bagunçou meu sobretudo preto, e o calor de Verona invadiu a aeronave como um lembrete de que eu estava de volta ao meu lugar no mundo. Peguei minha mala — pequena, prática —, e desci, com os pés firmes no piso do heliponto, caminhei com passos rápidos.
Três dos meus homens me esperavam a poucos metros, olhos atentos, postura ereta. Assenti com um leve movimento de queixo. Eles sabiam o suficiente para manter distância quando eu estava com esse olhar novo — o de um homem faminto de lar, não de guerra.
As hélices desaceleraram, até que só restava o zunido grave do motor esfriando. Comecei