RENZO ALTIERI
A dor é a primeira coisa que sinto. Ela pulsa em minha cabeça como se alguém martelasse meu crânio por dentro. Tento abrir os olhos, mas a claridade do ambiente fere minhas retinas como navalhas. Instintivamente, fecho-os de novo, praguejando em silêncio. Com mais cuidado, abro-os novamente. A luz ainda incomoda, mas desta vez consigo mantê-los entreabertos. O som rítmico de um bip eletrônico ecoa nos meus ouvidos, insistente. Inferno. Estou em um hospital.
Tento me mover. Má escolha. Cada centímetro do meu corpo grita em agonia, como se eu tivesse sido atropelado por um trem. Levo a mão até a cabeça que lateja violentamente, mas algo me impede — fios. Soro, monitor cardíaco... Porra. Estou preso a uma cama hospitalar. E pior, estou sem a máscara.
Sem minha maldita máscara.
Me forço a levantar, ainda que o corpo proteste em cada movimento. A tontura me atinge como um golpe certeiro e, por um momento, tudo gira. Meus olhos se fecham automaticamente, e sou obrigado