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CAPÍTULO 8 MARCAS INVISÍVEIS 2

Marcas Invisíveis 2

Caleb respirou fundo, fixando o olhar no monitor que pulsava ritmicamente.

—A partir de hoje, farei questão de acompanhar cada passo da recuperação dela. Declarou com firmeza. 

—Não apenas como médico, mas como alguém que entende que a cura não é apenas física. Precisamos cuidar da alma, reparar as feridas invisíveis que ela carrega.

O ambiente do CTI parecia absorver cada palavra, cada suspiro carregado de angústia e esperança. Caleb sabia que o caminho seria longo e cheio de desafios, mas a determinação de resgatar Ava, de oferecer-lhe um recomeço digno, o impulsionava.

 Ele se permitia, por um breve instante, agradecer a Deus por ter tirado de cena Taylor Mendes uma figura vil que representava a fonte de tanto mal para aquela mulher. 

“Obrigado, Senhor, por esse sinal de que a justiça, de alguma forma, está ao nosso lado,” 

Pensou com o coração apertado e os olhos brilhando com lágrimas contidas.

Enquanto Fabiana e Caleb continuavam a conversar sobre os detalhes dos abusos, os rostos dos presentes na sala refletiam uma mistura de pesar e revolta.

 Todos sabiam da crueldade com que Ava fora tratada, mas o silêncio do medo havia mantido essa verdade oculta por tanto tempo. 

Agora, diante da dura realidade, havia um compromisso renovado de lutar para que ela nunca mais precisasse suportar tanta dor.

Assim, naquele instante, o CTI tornou-se não apenas um local de tratamento, mas um santuário onde a verdade sobre o sofrimento de Ava foi exposta e reconhecida.

 Caleb sentiu, em cada fibra de seu ser, a urgência de transformar aquela revelação em uma oportunidade de redenção.

 Ele sabia que, ao cuidar de Ava, ele estaria, de certa forma, reparando o passado e abrindo caminho para um futuro onde a violência e o silêncio não mais prevalecessem. 

E assim, com uma determinação silenciosa e um coração inflamado de compaixão, ele preparou-se para a batalha que seria a recuperação não só do corpo, mas também da alma daquela mulher que, mesmo ferida por dentro e por fora, ainda possuía a força de lutar por um novo amanhecer.

Alguns dias após o despertar de Ava, Dr. Caleb Vasconcellos sentiu que era hora de reunir um grupo de especialistas para definir a melhor estratégia de tratamento para ela e seu bebê.

 No auditório silencioso do hospital, ele aguardava os colegas: 

obstetras, cirurgiões, anestesiologistas, neonatologistas e um psicólogo especializado em traumas. Cada um trazia na expressão o peso da responsabilidade.

Quando todos se acomodaram, Caleb abriu a reunião com a voz calma, porém firme. A sala, iluminada por lâmpadas frias, vibrou com palpitações de ansiedade.

–Ava passou por múltiplas fraturas, está grávida de dois meses, e ainda recupera o movimento dos membros. Precisamos de um plano que preserve sua vida e a do feto, explicou. 

Havia, em seu tom, uma mistura de cansaço e determinação que os tocou profundamente.

A obstetra-chefe, Dra. Renata, abriu a discussão:

Falava do risco de parto prematuro e da necessidade de repouso absoluto, monitoramento fetal diário e reposição nutricional rigorosa. Seus olhos, marejados, denunciavam a empatia pela jovem paciente.

 Ao seu lado, o neonatologista Dr. Torres ponderou sobre as possibilidades de salvar o bebê caso nascesse antes do tempo, enfatizando a importância de uma UTI neonatal equipada para cuidar de um prematuro.

O cirurgião Dr. Hugo abordou a questão das cicatrizes internas de Ava, recomendando uma nova avaliação em três semanas para decidir se procedimentos ortopédicos adicionais seriam necessários. 

Cada sugestão vinha acompanhada de olhares atentos de Caleb, que anotava tudo com a caneta trêmula de quem carrega o destino de duas vidas em suas mãos.

O anestesiologista fez questão de destacar a escolha de fármacos mais seguros para gestantes, equilibrando eficácia e mínimo impacto fetal.

 Em seguida, o psicólogo Dr. Vieira falou sobre o trauma de Ava: recomendou sessões de terapia cognitivo-comportamental para que ela pudesse, pouco a pouco, enfrentar o medo remanescente dos abusos e do acidente.

 A sensibilidade em suas palavras despertou lágrimas contidas em Matilde, presente para apoiar a sobrinha.

Caleb encerrou a rodada, unindo as propostas em um cronograma integrado. 

Sentiu o coração pulsar acelerado, mas também a satisfação de ver aquele time apaixonado pelo que faz.

—Vamos trabalhar em conjunto, acompanhar semanalmente e ajustar conforme necessário. Ava precisa do nosso melhor, concluiu, os olhos marejados, incapaz de disfarçar a emoção.

Ao final, cada especialista aproximou-se de Caleb para um breve aperto de mão, compartilhando votos de sucesso. 

Matilde, no corredor, segurava uma rosa branca para Ava, símbolo de esperança.

 Caleb observou a cena e sentiu uma ponta de alívio, havia dado o primeiro passo para reconstruir não só o corpo, mas a vida inteira da paciente e de seu filho.

Naquela noite, com o plano traçado, Caleb voltou ao CTI com renovada fé. 

Entrou silencioso ao lado de Ava, pousou a mão sobre a dela e sussurrou: 

“Você não está sozinha. Juntos, salvaremos vocês dois.”

 E, naquele instante, à luz tênue do corredor, nasceu uma co

nfiança mútua que prometia curar feridas físicas e emocionais para sempre.

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