CAPÍTULO 33 ENTRE FLORES E SILÊNCIOS.
Entre Flores e Silêncios
A manhã chegou com um cheiro adocicado de jasmins. O sol filtrava-se suavemente pelas cortinas brancas da casa de Matilde, desenhando sombras móveis no chão de madeira clara. Ava acordou devagar, aconchegada no edredom florido que a tia havia costurado a anos atrás. Havia algo reconfortante na rotina da casa, um sussurro antigo de paz que contrastava com tudo que ela viveu nos últimos anos.
Ela passou a mão pela barriga ainda discreta, onde uma nova vida se formava. Sorriu sozinha, emocionada. Era cedo para sentir movimentos, mas Ava já sentia a presença daquele pequeno ser em cada pensamento, em cada decisão.
Ser mãe a assustava, mas também a preenchia. Como se, finalmente, tivesse encontrado um norte.
Matilde já estava na cozinha, cantarolando uma música antiga da infância de Ava. Era uma mulher forte e terna, daquelas que sabiam a medida exata entre carinho e firmeza.
A mesa estava posta com pão quentinho, geleia de damasco, queijo fresco e um bule de ch